Selvagem

Entre gotas que apagam histórias não contadas, sou sombra em dias cinzas, adicto ao que não vivi. Opaco por dentro, invisível aos olhos distraídos, mas transparente nas feridas que o tempo não curou. O relógio falha em medir o peso dos sonhos, que vagam soltos, esperando luz para florescer. Caminho entre o dito e o não-dito, onde o silêncio de um olhar grita mais que mil palavras. E aqui permaneço, entre a morte e o desejo de viver, esperando o sol atravessar as nuvens pesadas, para enfim entender se existir é apenas isso: um estado provisório entre o ser e o desaparecer.

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