Eu honro o silêncio que me cura e o tempo que me transforma.. Nem toda mudança precisa ser barulhenta, nem todo crescimento precisa ser visto.. Há processos internos que se revelam apenas quando nos permitimos parar.. O silêncio, muitas vezes confundido com ausência, é um terreno fértil onde a alma repousa e se reorganiza.. É nesse espaço, longe das urgências e distrações, que ouvimos a nós mesmos com mais clareza.. O tempo, por sua vez, não tem pressa — e é assim que ele nos ensina.. Cada dia, mesmo aqueles que parecem vazios, carrega um passo invisível em direção ao que estamos nos tornando.. Não é sobre acelerar, mas sobre respeitar o ritmo interno de nossas próprias estações.. A pressa rouba a beleza da travessia.. Por isso, sigo inteiro, mesmo quando estou em silêncio.. Sigo presente, mesmo quando pareço parado.. Porque sei: todo instante que me acolhe com paciência é também um instante que me transforma..
Inteiro em Movimento
Arquitetura da Liberdade
Nem todo voo começa no céu.. Alguns começam no chão — no traço firme de quem ousa desenhar o próprio caminho.. Sonhar é bonito, sim, mas permanecer no devaneio sem ação é como construir castelos no vento.. A liberdade que inspira, transforma e sustenta precisa de alicerces.. Precisa de intenção, paciência e prática.. Existe uma ilusão comum: a de que liberdade é fazer tudo, a qualquer momento, sem pensar nas consequências.. Mas essa é só uma liberdade de superfície, ansiosa, barulhenta.. A liberdade profunda não foge da responsabilidade — ela a assume, porque entende que todo sonho precisa de forma para existir.. Sonhar com os pés no chão não diminui a beleza do voo; pelo contrário, é o que o torna possível.. Estruturar um sonho é cuidar dele como se cuida de uma casa: com firmeza e carinho.. É colocar tijolo por tijolo, mesmo nos dias em que a vontade vacila.. Porque, no fim, o que nos liberta não é o que imaginamos, mas o que temos coragem de construir..
A Coragem de Permanecer
Há uma coragem que não faz alarde, que não grita vitória nem desafia o mundo — apenas respira fundo e dá mais um passo.. É a coragem de quem sente medo e, ainda assim, permanece.. De quem escuta o silêncio por dentro e encontra nele uma chama acesa, mesmo pequena, ainda viva.. Nem sempre é preciso entender tudo antes de seguir.. Às vezes, basta confiar que o chão aparece sob os pés de quem caminha com o coração.. Há uma força que não precisa provar nada: ela está no gesto simples de levantar mais uma vez, mesmo cansado.. De cuidar de si com ternura, de dizer “sim” ao presente, mesmo que o futuro ainda não esteja claro.. É segunda-feira, recomeço.. Mas não qualquer recomeço — um daqueles que não depende de calendário, só de disposição interior.. Um daqueles que não exigem pressa, apenas verdade.. Sinta o que há para sentir.. Deixe que o medo te atravesse, mas não te defina.. A verdadeira coragem é essa: não a ausência de dor, mas a presença inteira mesmo com ela.. E isso é o que te torna imenso..
Portas que se Abrem para Dentro
Nem toda dor é fim.. Algumas se parecem com quedas, mas são, na verdade, aberturas.. Portas silenciosas que só se revelam quando o mundo lá fora já não consegue responder ao que pulsa aqui dentro.. São nesses momentos que a alma se senta no chão da própria história e começa a escutar com mais profundidade.. Há dores que não gritam, apenas sussurram — e mesmo assim, conseguem desmontar certezas antigas.. São elas que nos forçam a parar, respirar, e olhar com coragem para os cantos esquecidos do próprio coração.. Acolher a vulnerabilidade sem se envergonhar dela é um ato de sabedoria.. Porque aquilo que ainda nos toca, mesmo que machuque, é também o que revela onde ainda vive o que é verdadeiro.. O choro contido, a palavra engolida, o silêncio que pesa — tudo isso também é vida pedindo espaço.. Talvez não seja tempo de respostas, mas de escuta.. Escutar o que o corpo sente, o que a alma deseja, o que a história pede para ser finalmente dita.. Algumas dores não passam, elas se transformam.. E é nesse processo que descobrimos que o que parecia fraqueza era, na verdade, a semente de uma força mais honesta.. Aquela que não precisa provar nada, só existir com inteireza.. Quando doer, sente.. Quando pesar, respire.. E se for preciso, peça colo — mesmo que seja ao silêncio.. Porque ele também sabe cuidar..
O Incômodo que Liberta
Atualizações da Alma
Mudar de ideia não é traição à própria essência — é, muitas vezes, um reencontro.. Quantas vezes seguramos certezas como se fossem âncoras, quando na verdade são correntes?. A mente aberta é ponte para a liberdade do espírito.. Atualizar-se é dar espaço para o novo sem perder o que é raiz.. Há crenças que um dia foram abrigo, mas que agora já não comportam o tamanho dos seus sonhos.. Há verdades que antes protegiam, mas hoje limitam.. Reinventar-se exige escuta — com o mundo e com Você mesmo.. Exige coragem para dizer “Eu já não penso assim” sem medo de desapontar quem se acostumou com versões antigas.. Não há fraqueza em rever caminhos; há sabedoria em saber que o chão muda conforme o passo.. É dia de conversar com o silêncio, de acolher pensamentos que antes pareciam distantes, de abrir mão da necessidade de estar sempre certo.. Porque nada é mais fiel à sua essência do que se reinventar com verdade..
Onde a Escuta faz Morada
Nem sempre é sobre ter razão.. Às vezes, é sobre estar presente.. Ouvir de verdade.. Falar com o coração.. Em cada palavra compartilhada, uma ponte silenciosa se constrói — e o que parecia distante começa, pouco a pouco, a se aproximar.. O mundo se abre quando alguém se permite escutar com o corpo inteiro, com os olhos atentos, com o respeito que acolhe.. Há aprendizados escondidos nos gestos mais simples, há mestres em cada rosto que cruza nosso caminho.. Ensinar também é aprender, porque toda troca verdadeira nos revela algo novo.. Às vezes, não é a resposta que importa, mas a coragem de fazer a pergunta certa.. Em tempos tão barulhentos, escutar já é uma forma de cura.. Quando abrimos espaço para o outro existir em nós, a vida muda de tom — e as possibilidades se multiplicam.. Permitir-se dialogar com o diferente, com o incômodo, com o que desafia, é um exercício de crescimento.. Nem toda conversa será fácil, mas as mais difíceis costumam ser as mais necessárias.. Lembre-se: o que você compartilha hoje pode ser a luz que alguém precisava para seguir em frente..
Onde a profundidade encontra o céu
Estruturas que Sustentam Sonhos
Sonhar é fácil, quase natural para quem ainda carrega um pouco de esperança nas veias.. O difícil é sustentar o sonho nos dias cinzentos, quando o chão parece longe demais dos pés e a realidade pesa mais do que gostaríamos de admitir.. Se o sonho é grande, a estrutura precisa ser ainda maior — feita de paciência, pequenos gestos e muita fé no invisível.. Sonhar é lindo, sim, mas plantar cada passo no chão é o que faz o sonho durar.. A pressa nunca sustentou castelos verdadeiros; é na lentidão dos dias, no compromisso silencioso com aquilo que pulsa por dentro, que se constrói algo que não desmorona no primeiro vendaval.. Seja paciente consigo mesmo.. Cada pequena ação, cada escolha honesta, cada esforço discreto que Você faz em direção ao que ama já é parte da construção.. Não despreze os tijolos pequenos: eles sustentam as torres mais altas.. Você já está no caminho — mesmo quando parece que não há movimento.. Sonhar de verdade é fazer morada no próprio desejo e aceitar que alguns sonhos precisam primeiro criar raízes antes de tocarem o céu..
Escolha Libertadora
Enquanto Não Acaba
SUSPENSO
Nem todo silêncio é ausência.. Nem toda ausência é desinteresse.. Às vezes, o que parece vazio é, na verdade, espaço — espaço de escuta, de cuidado, de um tempo interno que precisa respirar.. Porque há momentos em que a alma pede silêncio como quem pede socorro.. Como quem, no meio do barulho, tenta escutar a si mesma.. E nessa hora, qualquer palavra é peso.. Qualquer cobrança soa como tropeço.. É que o silêncio carrega respostas que não cabem na lógica, só na pele.. Tem gente que silencia para não ferir.. Tem gente que cala para não explodir.. E tem aqueles que simplesmente não têm mais palavras, porque tudo já foi dito, tudo já foi chorado, tudo já foi sentido.. Mas o mundo não entende isso.. O mundo quer presença constante, explicação rápida, justificativa a cada passo.. O mundo, às vezes, não sabe amar o silêncio do outro — só o seu próprio eco.. E é aí que mora o ruído.. Porque quem sente de verdade, escuta até o que não foi dito.. E reconhece nos olhos o que falta nas frases.. Então, se Eu me calar, não se assuste.. Pode ser que Eu esteja em processo.. Pode ser que Eu esteja tentando encontrar o meu próprio som no meio da confusão.. Pode ser que o silêncio seja meu jeito de ainda estar aqui.. Nem todo silêncio é vazio.. Alguns carregam o peso do mundo, outros o descanso da alma.. Alguns são muros.. Outros, pontes.. E há aqueles que são preces — sussurradas dentro da gente, como um sopro de algo que ainda pulsa, mesmo que ninguém escute..
Transições Silenciosas
Há coisas que só se revelam no escuro — e mesmo assim, iluminam por dentro.. E é assim, sem pressa, sem aviso, que certas mudanças chegam.. Não rompem portas, não derrubam muros.. Apenas entram.. Se ajeitam num canto do peito e sussurram: Você não é mais o mesmo.. E talvez seja isso o mais assustador — não o barulho do novo, mas o silêncio do que já começou a mudar.. A gente caminha por dentro.. Lento.. Sentindo o chão que range, o corpo que pesa, a alma que escorrega em lembranças.. Há ciclos que se encerram sem barulho, mas deixam marcas que salvam.. Feridas que viram farol.. É tentador querer entender tudo agora.. Colocar nome, cor, data e hora nas sensações.. Mas o tempo da alma não é o mesmo dos relógios.. Nem tudo precisa de explicação — só de espaço.. Só de presença.. O passado tenta, vez ou outra, atravessar as janelas do pensamento.. Traz perguntas.. Traz imagens.. Traz culpas.. Mas já não encontra abrigo.. Não por desprezo, mas por maturidade.. Porque hoje, algo em mim escolheu seguir mesmo sem mapa, mesmo com medo.. Não se trata de esquecer o que doeu, mas de acolher o que ficou.. O que se aprendeu.. O que virou ponte.. O que é real não se perde.. E assim, nesse silêncio cheio de significados, Eu sigo.. Cuidando da luz que ainda não enxergo, mas sinto.. Porque caminhar com intenção é, também, uma forma de fé..
Liberdade Serena
Raízes do Tempo
SEM ROTEIRO
Louco Sonhador
NENHUMA ESTRELA
Dessa casa vazia Eu sou protetor.. isso é tudo que Eu tenho para dar.. E dou.. Todos os dias.. O café que faço cedo, sem açúcar, do jeito que Você gosta.. A luz da cozinha acesa só pra Você não tropeçar na madrugada.. Depois de anos, o amor é feito dessas pequenas manias de cuidado que a gente já nem percebe, mas que seguram tudo.. Ainda que os dias venham pesados, ainda que a rotina esmurre o peito.. Porque o peito não só dói, como dispara de um jeito que eu não consigo explicar.. Nada igual a te encontrar numa noite qualquer, não tem nada igual.. E às vezes acontece, mesmo hoje.. Você chegando cansada, chutando os sapatos na sala, falando que o trânsito estava um inferno, mas sorrindo com aquele canto da boca que ainda me salva.. A gente briga, sim.. Mas se ama mais do que diz.. Se perdoa no silêncio.. Se entende no toque.. Às vezes no suspiro.. Você me desperta, Eu não penso em nada mais além.. e o tempo me apressa como uma grande repetição. E que repetição.. trabalhar cansa, amar também.. Mas a gente segue.. Com o corpo doído, a cabeça cheia de contas e promessas.. Eu entendi as coisas da ilusão.. triste de mim saber que o tempo arde sem parar.. e quem sou Eu pra ter razão?.. Eu sei que pega, Eu sei, sem ideia.. O cansaço nos deixa mudos, mas nossos gestos ainda falam.. Ainda dizem: Estou aqui!.. Aguenta mais um pouco.. E se for pra viver de amor.. é preciso mais.. pra viver de amor, vou morrer de amor.. E quem disse que não? Morrer um pouquinho todo dia, pra renascer no outro.. Pra pedalar até o relógio, é tudo que Eu sempre quis.. mas se quiser, meu amor, Eu serei seu protetor.. se vier devagar, sem pesar.. Mudei de fase, espero que Você também.. já não importa mais.. próxima parada ou a última estação?.. O que importa é que ainda estamos no mesmo vagão.. Dividindo o pão, o lençol e os silêncios.. Porque nenhuma estrela na longa estrada vai me guiar.. eles querem me controlar, querem que Eu me perca, não posso deixar.. A gente é um pouco cada estrela que apagou, mas ainda brilha no escuro.. E ainda que doa, seguimos acendendo um ao outro.. Coração partido em mil pedaços quer uma chance de provar que tudo pode ser melhor.. E Eu ainda quero provar.. Pra Você.. Pra mim.. Pros nossos erros.. Pra esse tempo que, embora nos leve, ainda nos junta.. Acordo para mais um dia, meio devagar, sem euforia.. agora Eu sou quem eu queria.. E Você? Ainda é o amor que encontrei, naquela noite qualquer, quando tudo ainda era sonho e promessa.. Agora é vida.. Agora é nós.. 32 dentes, o mundo na frente, não posso ficar pra trás.. aguenta muitos socos, Eu sinto nos ossos, Eu sinto ao acordar que agora sou Eu.. E mesmo doendo, ainda vale a pena.. E mesmo longe, ainda vale a espera.. E mesmo quieto, ainda é amor..
O Passado Me Viu Passar
Meu Nome do Escuro
Olho para dentro de mim e vejo o que não sei dizer. Talvez seja um vazio, talvez seja um medo disfarçado de ausência, mas sei que lá, no fundo, há algo que pulsa — uma força que, por vezes, tento ignorar. Porque se eu olhar para ele com mais clareza, talvez eu não consiga mais sair. Este abismo que tanto me apavora e tanto me atrai, esse lugar onde o escuro se mistura com o silêncio, e a solidão se torna uma companhia incômoda, mas fiel. Vejo o que sou nas sombras de mim mesmo, no que eu não falei, no que deixei de fazer, no que neguei com medo de ser. Sou o eco de um nome que talvez nunca tenha sido pronunciado de verdade, o nome que carrego, mas que ainda não sei dizer ao mundo. Não posso temer o abismo, porque ele é parte de mim, ele me molda, me revela. A cada vez que me afasto, ele me chama mais forte, como um eco distante que nunca se apaga, uma dor que se transforma em sabedoria. Não tenho respostas, mas tenho a certeza de que a vida que busco, a felicidade que desejo, só podem ser encontradas se eu aceitar, de uma vez por todas, o que o abismo tem para me ensinar. Não sou o que vejo no espelho, nem o que os outros veem. Sou o que não foi dito, o que ainda está por ser vivido. E é nesse escuro, nesse silêncio, que talvez eu encontre a minha verdadeira luz. Porque, afinal, o que é o medo, senão o reflexo de um nome não pronunciado? E talvez, ao dizer meu nome no escuro, eu possa finalmente entender quem sou.
Quando o Cacique Chamou
Quando menino, corria descalço pelas ruas de pedras quentes do Junco, sonhando com gritos de gol ecoando no Junco, o estádio. Queria ser camisa 10, queria ser lenda. Mas em Sobral, nem todo sonho vira bola no campo. O pai dizia: “Futebol é bonito, mas o feijão precisa da certeza.” E ele seguiu o conselho. Virou advogado. Bom no que fazia. Ganhava causas, falava bonito no tribunal. Mas sempre que o Guarany entrava em campo, o coração voltava a bater no ritmo da infância. Em 2010, viu o impossível acontecer: o Cacique do Vale ergueu a taça da Série D. Chorou. Gritou. Sentiu-se campeão também. Depois veio o silêncio. O time caiu. Os gramados secaram. O estádio esvaziou. Mas o amor não some — adormece. Anos depois, já com os cabelos grisalhos e os joelhos duros, recebeu um convite inusitado: dirigir o clube. Ele riu, pensou, e aceitou. Não era mais sobre ser o camisa 10 em campo, mas o camisa 10 da esperança. Organizou, reergueu, limpou a alma do clube. E quando o Guarany voltou ao campo com dignidade, foi como se aquele menino lá atrás, descalço e sonhador, tivesse enfim feito seu gol. Porque às vezes o destino não realiza o sonho como a gente quer. Ele realiza como a gente precisa..
NATURAIS
Numa Ilha Sem Lei.. Lua Cheia Dança.. Anjo sem asas se perde na lembrança.. TOKITÔ a murmurar histórias sem pressa.. SENSEI no tempo.. Desmitifica promessas entre confetes de um CARNAVAL tardio com sorrisos que brilham feito Ouro de Tolo arredio.. Num Combo da Sorte brindam destino e azar.. Doçura dos lábios prontos pra se entregar.. Mágico segredo do vento, desejando promessas no azul do momento.. Antigos viajantes sem cais.. Perdidos no tempo.. Coisas Naturais..
Amor de Indío
Durante anos, viveram uma história que oscilava entre amor e tempestade. O que começou como uma paixão arrebatadora logo se tornou um labirinto de dores, marcado por mentiras e traições. Carregavam feridas antigas, cicatrizes invisíveis que tornavam cúmplices e prisioneiros. Dias se perdia dentro de si, afundando em pensamentos que afastavam da realidade. Lutava contra seus próprios fantasmas, sabotando a felicidade sempre que parecia próxima. Amavam, mas não sabiam amar sem destruir. Cada promessa quebrada, cada noite de silêncio sufocante, cada lágrima derramada transformava-se um obstáculo. O tempo passou e, em meio ao caos, um milagre aconteceu. Estava grávida. No início, o medo dominou. Duvidava de sua capacidade de ser, de oferecer algo melhor do que o vazio. Temia. Seria capaz de proteger aquela nova vida quando mal conseguia se proteger de si? A chegada iluminou suas vidas. O primeiro choro, o primeiro toque, os pequenos olhos curiosos explorando o mundo – tudo isso trouxe um novo significado ao que antes era apenas dor. Entenderam que havia algo maior do que sombras. Não era apenas um fruto do passado conturbado, mas uma luz que mostrava um caminho diferente, uma chance de recomeçar. A transformação não foi imediata, nem perfeita. Existiam cicatrizes, memórias dolorosas que às vezes ameaçavam voltar. Mas agora, ao invés de se perderem, encontravam forças. Cada sorriso lembrava que o amor não é um campo de batalha – ele também podia ser abrigo, cura e redenção. Décadas de tempestades, decidiram escrever uma nova história. E, dessa vez, seria uma história onde o amor aprendia a permanecer, onde o passado não definia o futuro, e onde a felicidade, ainda que tardia, finalmente encontrava seu lugar.
Concreto
Nas águas onde os peixes dançam, na mata onde as onças caçam, no céu que as araras cruzam, e nos lagos onde as garças sonham — a vida insiste, mas os ratos já não vivem, as baratas resistem, mas dragões dormem, escondidos no frio úmido de suas cavernas. O inverno vem, e o povo clama, mas a fé se perde entre o gelo e a fome. Minha lâmina cega, minhas mãos vazias, nove andares acima, nove metros abaixo, nenhuma saída me resta. A estufa de sonhos arde na ausência, onde teu mel já não amanhece nem se dissolve no anoitecer. As palavras tropeçam antes do destino, mas como tudo não passa de um diário esquecido, que fiquem com vocês as histórias que não soube terminar..
Selvagem
Entre gotas que apagam histórias não contadas, sou sombra em dias cinzas, adicto ao que não vivi. Opaco por dentro, invisível aos olhos distraídos, mas transparente nas feridas que o tempo não curou. O relógio falha em medir o peso dos sonhos, que vagam soltos, esperando luz para florescer. Caminho entre o dito e o não-dito, onde o silêncio de um olhar grita mais que mil palavras. E aqui permaneço, entre a morte e o desejo de viver, esperando o sol atravessar as nuvens pesadas, para enfim entender se existir é apenas isso: um estado provisório entre o ser e o desaparecer.
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